Alunas de escola de BH escreveram cartas para cada uma das 300 detentas da Penitenciária Estevão Pinto. [Portal VozdoCLIENTE]
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Alunas de escola de BH escreveram cartas para cada uma das 300 detentas da Penitenciária Estevão Pinto. Portal TV VozdoCLIENTE





Da Secretaria de Administração Prisional de MG, Por Bernardo Carneiro, Fotos: Dirceu Aurélio.

Nos próximos dias, cada uma das mais de 300 presas do Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, em Belo Horizonte, vai receber cartas de alunos do Colégio Nossa Senhora das Dores, unidades Pompéia e Floresta, pelo Dia Internacional da Mulher.

A entrega simbólica das mensagens aconteceu nesta quinta-feira, 08.03, no auditório da unidade Pompéia. A diretora de atendimento do Complexo Penitenciário, Maristela Esmério Assis de Andrade, esteve no evento para representar a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), receber as cartas e participar de uma roda de conversa sobre a situação das mulheres no Sistema Prisional de Minas Gerais. “A iniciativa do Colégio é maravilhosa! Elas vão vibrar, todas precisam desse acolhimento e apoio”, destaca entusiasmada a diretora de atendimento.

O Colégio Nossa Senhora das Dores, engajado na Campanha da Fraternidade de 2018, cujo tema é “Fraternidade e Superação da Violência”, desenvolveu o projeto das cartas como uma forma de promover uma reflexão com os alunos sobre a situação de isolamento das mulheres encarceradas. “A atividade foi desenvolvida sob o ponto de vista humano e cristão. Compreendemos que a Justiça deve ser aplicada a todos, mas sem excluir a misericórdia, o perdão e a defesa da dignidade humana”, explicou a Irmã Vânia, diretora do Colégio.

Projeto

Os remetentes das cartas são adolescentes de 14 a 18 anos. Eles abraçaram a proposta da Pastoral Escolar, de escrever mensagens de conforto e encorajamento para as mulheres presas no Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, motivados pela questão: “Que palavras você diria para uma mulher encarcerada?”.

As famílias foram incentivadas a conversar com os filhos sobre o tema da Campanha da Fraternidade e a ação específica pelo Dia da Mulher. Os alunos tiveram autorização dos responsáveis para escrever as mensagens e assiná-las com o primeiro nome. A informação do nome e idade de cada presa também serviu como inspiração para as palavras de estímulo e ânimo produzidas pelos jovens.

“Ninguém melhor do que adolescentes para escrever mensagens de coragem, entusiasmo e ânimo”, reforçou o vice-diretor do Colégio, Frei João.

Apoio

Durante a produção dos textos, Marcella Andrade, 17 anos, aluna do 3º ano do Ensino Médio, ficou sabendo, por uma colega de turma, que faltava apenas uma carta para ser escrita. “Fiquei emocionada ao saber a idade da presa, apenas 21 anos. Senti mais responsabilidade nesta tarefa”, contou a estudante.

Escrever à mão provocou na jovem reflexões sobre o uso de recursos tecnológicos para enviar uma mensagem de esperança e fé. “Tão importante quanto o conteúdo da carta foi a minha letra, uma marca pessoal. Eu estou na carta, sou eu mesma, a Marcella.”

Sensibilidade e envolvimento também estiveram presentes na mensagem do estudante Leonardo Barbosa Amaral, de 16 anos, aluno do 3º ano do Ensino Médio. “Palavras são muito importantes. Essas cartas serão uma faísca para acender a esperança em um futuro melhor”, prevê.

A Seap é responsável por mais duas unidades prisionais exclusivamente femininas na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em Ribeirão das Neves e Vespasiano, além de unidades no interior do estado.


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