Do site SaúdeBrasil:
A televisão, a internet e as revistas vendem um padrão de peso que não condiz com a realidade e muitas vezes a pessoa busca diversos artifícios para emagrecer e alcançar esse status de beleza “exigido” ou o “corpo fitness”. É aí que entram as chamadas “dietas da moda”, procedimentos que prometem efeitos fantasiosos, como perder dez quilos em uma semana. O tema, muito discutido na mídia, alerta para a interferência na saúde dos indivíduos que buscam um milagre, mas pode acabar encontrando um problema.
“O que essas dietas vendem é uma propaganda enganosa. A pessoa até consegue algum emagrecimento, mas não há benefícios em longo prazo. Elas podem trazer prejuízos à saúde e muitas vezes o peso perdido volta rápido”, aponta Nathalia Pizato, professora do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília.
As “dietas da moda”, que prometem redução de peso rápida, são dissociadas dos diversos determinantes da saúde e da nutrição, e constituem padrões de comportamento alimentar não usuais, adotados entusiasticamente por seus seguidores. Seu sucesso é atribuído especialmente à motivação inicial das pessoas pelo contato com algo novo, além da promessa de resultados rápidos.
Entretanto, a adesão à dieta é temporária, uma vez que as mudanças propostas não condizem com os hábitos e o cotidiano do indivíduo. De forma geral, além de muitas vezes não possuírem embasamento científico, essas dietas criam expectativas irreais relacionadas à velocidade e à quantidade de peso perdida. Podem, ainda, causar deficiências nutricionais e potenciais riscos à saúde, se conduzidas por um longo período.
“Se alguém tenta aquela dieta dos sucos detox, por exemplo, ela emagrece em alguns dias porque ingere um número pequeno de calorias, mas como ninguém consegue seguir com ela por muito tempo, volta aos velhos hábitos alimentares e, consequentemente, ao peso antigo. Sem falar que essas dietas restritivas podem complicar a saúde de uma pessoa que tem predisposição a alguma doença, por exemplo. Se ela corta o leite, vai ter deficiência de cálcio. Se não come carne vermelha, fica sem Vitamina B12. A pessoa pode descobrir o problema da pior maneira”, explica Nathalia Pizato.
Orientação profissional
Não é recomendada a adoção de qualquer tipo de dieta sem a orientação de um profissional de saúde, especialmente o nutricionista. A perda de peso está diretamente ligada a uma reeducação alimentar e mudanças de hábito em longo prazo.
“Se alguém quer emagrecer, não tem outra fórmula, ela precisa entender que é preciso fazer uma reeducação alimentar e praticar exercícios regularmente”, ensina Pizato. “O primeiro de tudo é fazer as pazes com seu corpo. Descobrir que aquele padrão de beleza vendido na mídia não é o que a gente é. Logo depois, é preciso montar seu cardápio com uma alimentação equilibrada, com frutas, hortaliças e carnes magras. Tudo isso, somado a exercícios regulares, vai conduzi-lo a um resultado mais saudável e duradouro. A dieta da moda vem e vai. A reeducação alimentar vem e fica.”
O Guia Alimentar para a População Brasileira é o documento oficial que aborda os princípios e as recomendações de uma alimentação adequada e saudável para a população brasileira. O Guia visa facilitar o acesso das pessoas, famílias e comunidades a conhecimentos sobre características e determinantes de uma alimentação adequada e saudável, possibilitando que ampliem a autonomia para fazer melhores escolhas para sua vida, reflitam sobre as situações cotidianas e busquem mudanças em si próprios e no ambiente onde vivem.
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