Servidor da Copasa coleciona alianças encontradas no esgoto de moradores de BH [Portal VozdoCLIENTE]

Servidor da Copasa coleciona alianças encontradas no esgoto de moradores de BH Hoje em Dia





Em 19 anos trabalhando como encarregado de manutenção da Copasa, Márcio Antônio Fernandes ganhou o apelido de “garimpeiro do esgoto”. Analisando cuidadosamente o material retido dos canos que ajuda a recuperar, já encontrou de tudo: escova de dente, talheres, tapete, embalagens, roupas íntimas.

Em tese, pelo ralo só deveriam ir a água e a matéria orgânica que ela carrega após o uso, mas a verdade é que objetos de todo tipo chegam às Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) da Copasa. O descarte incorreto prejudica a eficiência do sistema e aumenta o custo.

Alguns objetos recebem atenção especial de Fernandes: as alianças. Ele coleciona esses símbolos do amor que desceram pelo ralo. “Acho que as pessoas perdem quando vão lavar a mão, esquecem no bolso da roupa”, imagina. E se escorrega da mão de um, vai parar na de outro. “Já dei de presente para minha esposa um anel lindo que achei no esgoto. Dei um trato nele, e quem olha acha que é coisa clássica”, conta.

Outros anéis, Márcio vendeu. Negociando umas 10 peças, já arrecadou cerca de R$ 800. “Não tenho certeza se tudo que juntei é ouro, mas acho que sim. No esgoto tem ácido, se não for ouro a peça fica preta”, avalia.

Quantidade

O engenheiro de operação, responsável pela ETE Onça, no bairro Ribeiro de Abreu, Olendino Moraes, também já viu de tudo nos equipamentos que impedem que os resíduos maiores entrem na estação. “Teve até um boi aqui”, conta.

Segundo ele, só nesta unidade de tratamento, são retiradas cerca de 150 toneladas de lixo por mês. A água que chega na estação passa por algumas “peneiras”, para remoção dos resíduos sólidos, ainda assim, o material que dissolveu passa e vai parar nos reatores.

Para retirar esse lixo remanescente, a unidade de tratamento eventualmente precisa ser paralisada. Os servidores da empresa entram, no local apertado e insalubre, para remover mais 200 toneladas desse “lixo fino” por ano.

Prejuízo

Tudo isso, que não deveria estar na água, gera um custo adicional de cerca de R$ 250 mil por mês, só em relação a região abrangida pela ETE Onça. Nesse valor estão incluídos gastos com manutenção das redes coletoras, frequentemente danificadas pelos resíduos sólidos, o transporte do material para o aterro sanitário e a manutenção dos equipamentos. “Esse custo inibe a empresa de investir em saneamento, construindo, por exemplo, mais estações de  ratamento”, diz Olendino.

O recurso também poderia ser empregado em mais uma etapa de limpeza da água, que, assim, voltaria com melhor qualidade para os rios. Atualmente, ela retorna ainda sem condições de consumo para o ser humano. A alternativa seria passar por uma Estação de Tratamento de Água (ETA). “Com a crise hídrica, essa é uma possibilidade que deve ser considerada num futuro próximo”, comenta.



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