Cerf foi um dos responsáveis por definir como pacotes de dados se moveriam pela rede de computadores
A solução proposta por Vint Cerf é preservar cada tipo de software e de hardware para que eles nunca se tornem obsoletos – da mesma forma que em um museu, só que em formato digital, em servidores na nuvem.
"A ideia é fazer uma espécie de raio-X do conteúdo, do programa em que ele pode ser aberto e do sistema operacional juntos, com uma descrição da máquina onde este sistema está funcionando, e preservá-lo por longos períodos de tempo. Esta foto instantânea digital irá recriar o passado no futuro", explica.
Uma empresa, é claro, terá que oferecer este serviço, mas poucas empresas duraram centenas de anos. Então como podemos garantir que tanto nossas memórias pessoais quanto a história humana sejam preservadas? Não dá para garantir nem mesmo que o Google esteja existindo no próximo milênio.
"Certamente não, mas acho divertido imaginar que estamos no ano 3000 e você ainda faça pesquisas no Google. O 'raio-X instantâneo' que estamos tentando fazer poderia ser transportado de um lugar para outro. Eu poderia enviá-lo da nuvem do Google para outra nuvem, ou colocá-lo na máquina que estou usando", diz Cerf.
"O importante aqui é a ideia de que, quando você mover esses bits de um lugar para o outro, ainda saiba como acessá-los corretamente e interpretar as partes diferentes. Tudo isso é possível se padronizarmos as descrições."
"E esta é a questão – como posso assegurar no futuro distante que os padrões ainda sejam conhecidos e que possamos interpretar esse instantâneo digital?"
O engenheiro diz que o conceito, chamado de "pergaminho digital", foi demonstrado pelo cientista da computação experimental Mahadev Satyanarayanan na Universidade Carnegie Mellon.
"Claro que há arestas a serem aparadas, mas já foi provado que o conceito geral funciona", garante.
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