Escândalo faz Mendes Júnior reviver fantasma da falência [Portal VozdoCLIENTE]
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Escândalo faz Mendes Júnior reviver fantasma da falência Portal IG.COM.BR


Gigante. Entre as grandes obras criadas pela mineira Mendes Júnior está a famosa ponte Rio-Niterói



No histórico da Mendes Júnior estão obras importantes como a ponte Rio-Niterói, a hidrelétrica de Itaipu e o aeroporto de Confins. No portfólio de contratos bilionários constam ainda empreendimentos no exterior. A trajetória, no entanto, tem sido incapaz de amenizar a pior crise pela qual a empresa passa nos seus 62 anos de história.

Imersa no mar de denúncias da operação Lava Jato, que investiga suspeitas de corrupção e desvio de dinheiro na Petrobras, a Mendes Júnior revive o fantasma da falência. Na década de 90, a empresa, por pouco, não fechou as portas.

Agora, em menos de dois meses, mais de 3.000 operários foram demitidos nos canteiros de obras, segundo sindicatos dos trabalhadores – um terço dos 10 mil operários que constam na folha de pagamento. Nos escritórios, já são mais de cem dispensas. Há casos, conta uma fonte na companhia, de engenheiros com 30 anos de casa que perderam o cargo. Entre os que ficaram, a tensão é constante. A cada nova denúncia no escândalo na Petrobras, aumenta o medo de que a lista de demitidos aumente ainda mais.

A direção já deixou claro aos funcionários que novos cortes são inevitáveis diante de um cenário sem perspectiva de melhora em curto prazo. A construtora foi citada no esquema de corrupção da Petrobras no início do ano passado e, desde novembro, quando o vice-presidente Sérgio Mendes foi preso, a situação se agravou.

Ele reconheceu ter pagado R$ 8 milhões em propina ao doleiro Alberto Youssef. “Quando o vice-presidente foi preso, disseram para ficarmos tranquilos. Eles dizem que não vão desistir da empresa, mas, ao mesmo tempo, ficamos apreensivos porque essa história parece não ter fim. Cada dia surge um caso novo”, lamenta um funcionário. Segundo ele, a informação da presidência é a de que as adequações serão permanentes. “Caso não consigam um projeto que desejam, vão reduzir o quadro”, revela o colaborador.

Por meio de sua assessoria, a construtora reconhece 90 demissões – número muito inferior aos divulgados pelos sindicatos. “Estão sendo realizados ajustes no quadro em conformidade com as mudanças no mercado e no ambiente de negócios”, diz a nota da assessoria.

Falência. Além dos processos judiciais, a Mendes Júnior enfrenta um turbilhão contábil. Está proibida de fechar novos contratos com a Petrobras e tem tido dificuldades em conseguir crédito. Além disso, existe a informação extra-oficial de que empréstimos passados não estão sendo honrados.

Para o ex-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) Paulo Safady, a crise atual supera a da década de 90 e pode ser fatal. Naquela época, a mineira esteve à beira da falência depois de ficar sem receber pela construção da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) – valores atualizados em R$ 1,2 trilhão. “Hoje é muito pior porque envolve temas e prejuízos mais amplos, tanto monetários como de imagem”, analisa Safady.

Ninguém comenta a crise. A empresa, diz sua assessoria, “é reconhecida pela sua capacidade técnica, excelência em engenharia e cumprimento de seus contratos” e finaliza: “isso nos dá a confiança de que os desafios serão superados”.



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