Shiva Nataraj Danças e Práticas
© Lecy Sousa
“Coração de neon
Uma cidade iluminada por vaga-lumes
Eles estão anunciando nos céus
Para pessoas como nós”
Paul David Hewson
De fato, as horas passam feito clichê. Será que, tão rápidas quanto as horas em que Machado de Assis escrevia suas crônicas no início do Século XX, naquele Rio de Janeiro dos bondes (atualmente os bondes são de arrastão)?
Será que o tempo fugia da escritora Hilda Hilst, em seu sítio com 40 cães, na garoa de São Paulo?
Como o Marquês de Sade sentia o romper das horas, enquanto recolhido numa masmorra e sedento por criticar a corte mascarada do tempo em que vivia?
Cabe aqui, também, questionar: como age o tempo ante aquele autor que sabe contadas suas horas de vida na cidade das luzes ofuscantes, como diria o compositor irlandês Paul David Hewson? Com o agravo de que, aquele autor, tem um livro importantíssimo inacabado?
Quantos não gostariam de corromper Cronos, em virtude da própria vaidade pueril? Que a luta contra a corrupção fique com os sem coletes do mundo, não é verdade? A realeza só conhece seus bidês.
Daqui a pouco, surge alguém a dizer que, esse autor, o que escreve no fugir dessas horas, é um marxista-leninista disfarçado.
Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar, José Saramago, Pablo Neruda e tantos outros autores de menor lembrança, dadas as exigências do mercado, foram comunistas em seus verdes anos e, alguns, até o acaso da vida. Que importa isso, com o passar das horas?
Desconfio que o tempo, em que pese quilos de palavras ovacionadas ou esquecidas é o presidente do Partido Universal do Mundo – PUM. Portanto, longe de ser dissertativo-argumentativo, você que é masculino, feminino ou Trans, filie-se ao PUM. Não perca tempo!
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