Presidenta Dilma Rousseff recebe Nguyen Thi Doan, vice-presidenta do Vietnã, em maio deste ano, na capital federal

A presidenta Dilma Rousseff fará sua primeira visita como chefe de Estado ao Vietnã nos próximos dias 1º e 2 de dezembro. Durante a viagem ao Oriente, a presidenta visitará também o Japão, nos dias 3 e 4 do próximo mês. Para o embaixador José Alfredo Graça Lima, subsecretário geral de Assuntos Políticos do Itamaraty, as duas visitas de trabalho representam uma agenda de oportunidades para o incremento de relações comerciais, culturais e científicas entre os países.

Dilma tinha visitado o Vietnã anteriormente, como ministra-chefe da Casa Civil, em 2008. Desde então, segundo o ministro Graça Lima, “as relações entre o Brasil e o Vietnã se adensam”.

“O comércio cresceu espetacularmente e há muitas oportunidades, entre os dois países que, inclusive, enfrentam desafios semelhantes, em matéria de políticas públicas de inclusão, de redução das desigualdades”, afirmou ele.

O embaixador destacou que o Vietnã é um exemplo de país que passou de uma condição de pobreza para ser uma nação de classe média em apenas um quarto de século.

“Há muito também o que aprender desse processo. Da mesma maneira que eles olham o Brasil como um exemplo de sucesso em determinadas medidas, em determinadas opções para a inclusão social. Há campo para aproveitar a visita e lançar novas bases de cooperação”, afirmou.

Graça Lima citou especificamente oportunidades de comércio no setor de carnes, em que o Brasil é extremamente competitivo e já exporta para cerca de 150 destinos. Além disso, enfatizou a oportunidade que o país terá para vender produtos de alto valor agregado, especialmente na área de Defesa, como os produtos aeronáuticos da Embraer.

“[É uma área] em que nossas exportações têm aumentado, atendendo às necessidades de países como o Vietnã, que são mercados em expansão, até para esses setores”.

Visita ao Japão marca 120 de amizade

Já a visita ao Japão se dá no contexto do encerramento das comemorações pelos 120 anos das relações diplomáticas dos dois países, celebração que foi marcada pela visita de 11 dias que o príncipe Akishino e sua esposa Kiko fizeram ao Brasil em outubro.

“O Japão é o nosso parceiro mais tradicional na Ásia. E 2015 foi marcado pelos 120 anos das relações diplomáticas, com visitas de auto nível que estão se sucedendo, a começar pelo próprio ministro [Mauro Vieira, do Itamaraty] no ano passado. E, nesse ano, a visita de suas majestades imperiais, o príncipe e a princesa”,explicou Graça Lima.

Nesse contexto, acrescentou, a visita da presidenta Dilma Rousseff vai coroar o processo de consolidação das relações nipo-brasileiras.

“Nós temos um vínculo humano importantíssimo entre os dois países, já que o Brasil abriga a maior comunidade japonesa fora do Japão. E, no Japão, a comunidade brasileira é a terceira mais importante”.

Além disso, o embaixador relatou que há muitas expectativas do setor empresarial de ambos os lado de que o comércio se intensifique ainda mais, também com a abertura do mercado de carnes nos dois sentidos, por exemplo. O mercado de carnes do Japão estava fechado para o Brasil até recentemente e a reabertura desse comércio deverá ser anunciada oficialmente durante a visita da presidenta Dilma.

O subsecretário apontou também oportunidades para acordos na área científica e educacional, especificamente no âmbito do programa Ciência sem Fronteira. Por outro lado, está previsto o aumento dos investimentos japoneses na área de logística brasileira.

“A participação japonesa nos nossos programas de investimento em infraestrutura e em logística permitirá, inclusive, que esse fluxo aumente ainda mais a longo prazo”, concluiu o diplomata.

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