Com grandes trabalhos em MG, Cuca espera ficar na China, mas quer ´montar time campeão´ [Portal VozdoCLIENTE]
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Com grandes trabalhos em MG, Cuca espera ficar na China, mas quer ´montar time campeão´ MG.SuperEsportes


Em seu primeiro ano de trabalho, técnico Cuca levou o Shandong Luneng ao título da Copa da China



Cuca foi técnico do Cruzeiro por um ano. Nesse período ele foi campeão mineiro, vice no Nacional de 2010 e montou um time que brilhou na Libertadores do ano seguinte, mas caiu diante do Once Caldas e viu o sonho de conquistar a América se desmoronar. A saída da Toca em junho significou ir para o “outro lado da Lagoa”. Contratado para o lugar de Dorival Júnior, o treinador assumiu o Atlético e evitou o rebaixamento do time no Brasileiro.A partir de 2012 os voos foram mais altos. Além do título mineiro, Cuca repetiu a campanha feita com o time celeste e também foi vice-campeão brasileiro pelo Galo. Porém, o ano de 2013 teve um final diferente: o comandante levou o Atlético ao título de campeão da Copa Libertadores. Toda a euforia do meio do ano ficou contida diante da frustração no Mundial de Clubes, em dezembro, com eliminação precoce para o Raja Casablanca. Mas o treinador paranaense encerrou sua trajetória no futebol mineiro com crédito, principalmente com os torcedores atleticanos.


Desde então, Cuca vive em Shandong, na China, onde treina a equipe com o mesmo nome da cidade. Em entrevista especial ao Superesportes, o treinador comentou diversos pontos de sua vida na Ásia e do futebol mineiro. Veja os principais trechos:

Como é viver na China?

O Primeiro ano é muito difícil. É tudo novidade. Você tem que entender as coisas. Tem outros técnicos que estão lá há muito tempo. Há o sueco Sven-Goran Eriksson , o Marcelo Lippi e outros com três, quatro, cinco anos de mercado. A dificuldade foi muito grande em cima disso. No segundo semestre deu para ser campeão (Copa da China), foi até acima do esperado. Havia outros times melhores, como Guangzhou e o Beijing.

Algo te incomoda na China?

Eu gosto de montar time. Estou tendo muita dificuldade nesse aspecto. O treinador às vezes não consegue montar o time na filosofia de lá. Eu não gosto de pegar o time dos outros. Eles costumam fazer isso lá.

O que você estranhou na cidade de Shandong?

Tem muita coisa diferente. A comunicação é muito difícil. Precisa de intérprete. Às vezes as palavras não chegam do jeito que quero aos jogadores. Mas, mesmo assim, caminhamos bem nisso tudo. Quando estou treinando ou jogando é ótimo. Mas fora isso a vida é muito dura. Não tenho o que fazer em Shandong. É uma cidade sem atrativos. Minha família vai pouco tempo. Eu gosto de pescar, e lá não tem lugar. O povo lá é muito bom, hospitaleiro e humilde, mas tem essas dificuldades.

Você vai cumprir seu contrato até o fim?

Tenho mais dois anos, até 2016. Vamos ver. Se eu puder montar o meu time para ser campeão da Copa Asiática.. Se o que eu quero for seguido, cumprirei. Se eu não for seguido como eu peço para a diretoria, aí não vou cumprir o contrato. Agora que eles atendam as contratações que eu quero. Quero o direito de montar um time para ser campeão.

A parte tática foi complicada para ajustar?

Tem muita diferença. O meu sistema de jogo custou a entrar. Com muito trabalho, conseguimos. Eu não joguei pior que nenhum time. Foi igual ou melhor que os adversários. Lá são duas linhas de quatro, e só o Guangzhou faz uma linha diferente. Você tem que trabalhar com uma dificuldade maior. Consegui mostrar para os jogadores que não pode ficar numa só posição. A aceitação foi difícil, mas hoje eles entendem.

Você acompanha os jogos do Brasil?

Acompanhei todos os jogos da Libertadores e da Copa do Brasil, mesmo com a dificuldade do horário. Vi os jogos do Brasileiro também.

O seu último trabalho no Brasil foi no Atlético. O que há de diferente do Atlético do Cuca para o Atlético do Levir Culpi?

Eu acho que houve uma continuidade do Atlético. Eu me lembro do Atlético quando eu entrei, com 76% de chances de cair. Em 2011 foi escapar do rebaixamento. Em 2012 montei o time com o Kalil e os dois anos e meio que passei aí foram maravilhosos. O Paulo Autuori pegou um peso por tudo de bom de antes, é normal acontecer. O Levir encaixou bem com o trabalho começado. O Carlinhos Neves é sensacional também. Os jogadores que brotam vêm com moral elevado. É fácil colocar a camisa do Atlético. Muito se deve à passagem do Ronaldo. Ele veio para dar moral, e tranquilidade para todos nós. Eu não consigo ver o Atlético sem um grande ídolo. Hoje tem Tardelli, Victor, Leonardo Silva e Réver. Hoje o Atlético é exemplo. Ficamos felizes com isso.

Qual a sua avaliação do futebol mineiro?

Os dois melhores times do Brasil são Atlético e Cruzeiro. Não consigo ver outro melhor. O Atlético está com uma moral enorme, o Cruzeiro também. Esse ano tinha tudo para um dos dois ganhar a Libertadores. Acho que a Libertadores de 2015 fica em Minas.

Como foi a indicação e o trabalho ao lado do Ronaldinho Gaúcho?

Quando eu falei com o Kalil, ele teve mérito de confiar em mim e ir para o Rio. Eu falei e ele foi buscar o Ronaldinho e depois me cobraram o resultado. Eu tinha volantes, laterais, zagueiros e o homem da bola parada faltava. Faltava esse homem para pôr um jogador na cara do gol. A torcida ficava doida no Independência. Eu falei que era para ele ser o 10, não o de lado de campo. Ele deu moral para todo mundo. Lógico que precisa de jogo de cintura, paciência. Ele é vitorioso ao extremo. Mas ele tem defeitos, como todos têm. Nunca expusemos nada para fora.

Como estão os jogadores mais conhecidos que trabalham com você na China?

Temos uma ótima relação aqui. O Montillo, Júnior Urso. Vágner Love e Aloísio. Estou com um problema porque algum não vai ficar,depende da cabeça do presidente do Shandong. Em cima disso que estou na expectativa. Meu clube mudou a presidência e eu ainda não falei com o novo presidente. Não tem um diretor de futebol como no Brasil.

E a motivação de trabalhar na China, como você lida com isso?

Tenho uma responsabilidade muito grande. Treinar o Shandong é muita cobrança. É igual a treinar um clube do Brasil. Com essa Copa que ganhamos disputaremos a principal competição da Ásia. E agora é a mesma pressão que ganhar uma Libertadores. Quero montar meu time para isso.



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